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Com empresas do futuro bem-sucedidas iniciando suas atividades em diversos países ao mesmo tempo, inúmeras oportunidades se abrem para startups ambiciosas que querem desenvolver os sistemas internos de software de que essas organizações precisarão para crescer.
Por décadas, as startups seguiram, de modo geral, um roteiro batido de como abrir e escalonar uma empresa. Primeiro, escolher uma cidade para o escritório central (em geral, onde os sócios-fundadores moram) e, em seguida, contratar os primeiros 50 a 100 funcionários e (principalmente) atender os clientes daquela área. Após dois a três anos, abrir um segundo escritório quando estiver mais difícil de contratar talentos ou você precisar de suporte de vendas local para atender clientes em outra área geográfica. Enxaguar e repetir até ter diversos escritórios ao redor do mundo e se tornar efetivamente “global”.
Embora não seja obsoleto, esse manual está sendo suplantado por um modelo emergente que é global desde o primeiro dia. Graças em parte aos experimentos de trabalho exclusivamente remoto que a covid forçou tantos a conduzirem, as novas empresas não estão mais amarradas à cidade natal do empresário, nem limitadas à contratação de talentos locais. Os primeiros 50 a 100 funcionários podem estar espalhados por vários países, quanto mais cidades e estados.
A chegada dessas empresas que já nascem globais traz novos desafios. Por exemplo, softwares que oferecem suporte a funções externas, como marketing e vendas, para localidades fora da sede já estão bem desenvolvidos. Ferramentas como Marketo e Salesforce permitem, respectivamente, que as empresas enviem e-mails de marketing personalizados por idioma local e deem suporte de vendas em diversas regiões geográficas. No entanto, para recursos humanos, financeiro e outros sistemas internos, não existem, historicamente, softwares eficazes para conduzir o processo de onboarding, fazer pagamentos e conceder benefícios a funcionários em países diferentes, nem para ajudar com relatórios de despesas, contas bancárias e gerenciamento de tesouraria.
É aí que se encontram as oportunidades. O stack de softwares para as funções de uma empresa que já nasce global precisa ser internacional desde o início para garantir uma melhor integração de tudo, da legislação trabalhista local e recrutamento de talentos até a constituição da empresa em vários países e o gerenciamento de despesas.
Portanto, mesmo que pareça que a história do desenvolvimento tecnológico da força de trabalho global já tenha sido contada (Zoom, Slack, etc.), a realidade é que a maioria das empresas que serão necessárias para dar suporte a essas novas organizações “que já nascem globais” ainda não foram criadas. Abaixo, discutimos algumas das oportunidades que enxergamos:
Existem muitas oportunidades para desenvolver softwares, principalmente para equipes de RH e financeiro, que preparam as empresas para seu sucesso como organização que já nasce global. No entanto, são as implicações secundárias dessa mudança que talvez sejam ainda mais impactantes.
À medida que mais empresas contratam os primeiros funcionários em mais países diferentes, um grupo de executivos com maior diversidade global surgirá. Esses executivos terão a experiência de ajudar empresas a escalonar de 0 a n, o que fará com que muitos se tornem empresários – só que esses aspirantes a CEO não abrirão empresas nos centros comerciais do século passado (Londres, Nova York, Tóquio, etc.). Eles terão a possibilidade de abrir e expandir suas empresas a partir de qualquer lugar do mundo, seja da costa de Portugal seja da zona rural de Montana. Talentos são globais e as oportunidades logo se tornarão mais globais também. Entretanto, tudo começa pelo stack moderno de softwares que possa dar suporte à próxima geração de empresas que já nascem globais.